segunda-feira, março 23, 2009

Sinais de fumo...

Eu sou uma pessoa de sinais, acredito que (como católico) Deus me vai dando sinais, tal como a vida nos vai fazendo o mesmo. Sinais pouco evidentes e aos quais é preciso estar muito atento para que não nos escapem, não nos passem ao lado. Eu julgo que ando a ser “vitima” desses sinais, mas desta vez penso que não estão a ser assim tão subtis, têm me sido atirados à cara e talvez só eu é que não os vejo.

Há umas semanas falei com a minha namorada sobre a possibilidade de irmos para Angola trabalhar. Era uma ideia abstracta e louca que se formava na minha cabeça, mas uma daquelas ideias quase que utópica e que muito provavelmente não passaria de um sonho como tantas outras, mas à qual eu estava a apegar-me com facilidade graças ao meu espirito sonhador, aventureiro e inconsciente!

Isto passava-se a 1ª semana de Março (2009), e foi qualquer coisa falada por alto com a Joana, tipo: “...ah e tal era giro irmos para Angola os dois trabalhar...”!
Para ser sincero, nunca mais pensei no assunto!

Na 2ª semana de Março, ela informa-me que falou sobre essa possibilidade com os pais, à qual responderam muito positivamente.
Mas eu, qual sonhador, dizia-lhe que sim, que também queria e pensava a sério nisso, mas no fundo punha a hipótese “lá...” muito longe das minhas prioridades. Claro que ela percebeu e me chamou a atenção (quase deu em discussão, com ela a acusar-me e bem, de eu não pensar nisto com seriedade e como uma hipótese real), pedindo-me que enviasse uma mensagem através do facebook para os meus amigos que lá trabalhavam de forma a me explicarem um bocadinho como era aquilo. Enviei! Estávamos no dia 16 de Março Segunda-feira. (1º sinal).

No dia 18 de Março (o dia dos dias), abro o meu facebook e recebo a minha primeira resposta, dum amigo que vive em Luanda há cerca de 2 anos, o Miguel Ferreira, que me responde a todas as perguntas que eu havia feito (cheio de piada como é seu apanágio) e que me dá algum animo, pois oferece-se para me colocar o curriculum em circulação nas empresas de lá (2º sinal).

Enquanto vagueava pelo facebook, reparo nos meus amigos que fazem anos, e decido enviar uma mensagem a cada um pelo dia que festejam. Um destes amigos, era o Pedro Froes, que conheço desde miúdo de S. Martinho do Porto e que estudou comigo nos tempos da Faculdade, mas a esse já lá vamos.
A certa altura deparo-me com o link para um artigo escrito pelo irmão do Vasco Fernandes Thomaz, que é sócio de uma agência de publicidade que cada vez tem tido maiores sucessos no país, onde dizia que a Partners, empresa de que é dono, iria abrir juntamente com um parceiro angolano, uma empresa em Angola. A MSTF Partners Angola. (3º sinal e eu à nóia, sem se quer reparar que as coisas me iam sendo atiradas à cara numa sucessão de felizes, ou estranhos, acasos).

Por graça, escrevi na minha página do facebook uns minutos antes, na barra de estado: - “in my mind is Angola, why not?!”

Acabo de ler o artigo e recebo uma mensagem de volta do Pedro, a agradecer ter-lhe dado os parabéns e a perguntar se eu também ia para Angola, a perguntar-me que história era essa. Fiquei parvo, não fazia ideia que ele tencionava ir para lá, e achei piada à coincidência, mas não respondi logo e fui almoçar. (4º sinal?!?!?!).

Fui almoçar a casa dum amigo meu onde costumo ir muito, o João Cabral, e por mais um acaso, falou-se numa prima dele que foi para Luanda com o marido e que estava de volta por qualquer razão de saúde. Perguntei à tia Rita algumas coisas sobre esse assunto e disse-lhe que estava a pensar ir com a minha namorada para lá. De repente a mãe do João, dá-me para a mão uma revista (a Visão) que por acaso eu não tinha comprado por ter achado a capa da Sábado mais interessante nessa semana. O artigo central tinha como titulo: “Vamos todos para Angola” relativo à expatriação de portugueses para aquele país. Comecei a desconfiar que aquilo já eram coincidências a mais para um dia só e parei um bocadinho para pensar. Escusado será dizer que devorei o artigo publicado. (5º sinal)

Resolvi então enviar uma mensagem ao tal amigo, o Vasco, a perguntar o que se ia passar em Angola com a empresa deles ao que ele me responde que era verdade, que iam abrir lá e que quem ia para director geral da empresa era o Pedro Froes, esse mesmo! Bom, caiu-me tudo. (6º sinal e eu já pleno de consciência que algo de estranho me estava a ser “indicado”).

Agradeci ao Vasco e imediatamente mandei nova mensagem do facebook para o Froes entre outras coisas a pedir-lhe o número de telefone, para me aconselhar com ele sobre Angola. Não queria acreditar na quantidade louca de coincidências que se estavam a passar diante da minha vida.

Liguei-lhe no dia 19 de Março ao fim da tarde, e tive uma conversa que embora tenha sido rápida, foi das mais esclarecedoras, para o sentido do “ir”, com ele a dar a maior força a esta minha loucura e a disponibilizar-se para toda a ajuda que eu precisasse daqui em diante. (7º sinal).

Passaram-se dois dias, quase três, até pensar em Angola novamente com a mesma seriedade.

Domingo, confesso que sem muita vontade e cansado do fim-de-semana, fui para a missa das Escravas na Lapa e sentei-me na última fila, encostado à parede do fundo da igreja.
De repente (coincidência maior e 8º sinal) entra o Pedro Froes na igreja. Claro que me voltaram esses pensamentos de Angola novamente e pensei falar com ele mais um bocadinho no fim da missa.
Estávamos na homilia, quando o Padre fez referência à visita do Papa a Angola (9º sinal), e novamente comecei a pensar na série de coincidências que nos últimos dias assaltavam a minha vida e, meio sem convicção, pedi a Deus ajuda e perguntei-Lhe o que queria Ele de mim. Pedi-Lhe para até ao final da missa, se realmente fosse essa a Sua vontade, que me desse mais um sinal, o 10º sinal (como se não bastassem já!), pedi-Lhe uma coisa em concreto, pedi que o Padre falasse mais uma vez em Angola até ao final da celebração para eu ter mais certeza ainda de que estes eram os desígnios d’Ele para mim...

...E não é que o Padre falou mesmo?!