terça-feira, julho 12, 2005

Para si mãe...texto que ofereci à minha mãe no seu dia!!!

OBRIGADO, MÃE! Como não agradecer, mãe, se é tanto o que é o que oferece e o que semeia no meu ser? Mas como agradecer, mãe, se é tão pouco o que tenho para dizer, para a bendizer? O que o coração sente os lábios não são capazes de balbuciar. Trémulos, hesitam e gaguejam, impotentes para soltar uma palavra ou articular qualquer som. Mas será que existe alguma palavra que consiga dizer o que o coração sente? Dizer "obrigado" é pouco, mas dizer-lhe "obrigado" é tudo o que resta quando tudo já tiver sido dito. Obrigado porque tive na sua vida um lugar para a minha vida, renunciando a tantas coisas boas que poderia ter saboreado. Porque - mais do que isso - fez da sua vida um lugar para a minha. E de muitas maneiras morreu para que eu pudesse viver. Porque não era corajosa, mas teve a coragem de embarcar numa aventura que sabia não ter retorno. Porque não fez as contas para avaliar se a minha chegada era conveniente: abriu simplesmente os braços quando eu vim. Porque não só me aceitou como era, como estava disposta a aceitar-me fosse eu como fosse. Porque diria "o meu filhinho" mesmo que eu tivesse nascido deformado e me contaria histórias ainda que eu tivesse nascido sem orelhas. E me levaria ao colo mesmo que eu fosse leproso. E, mesmo com tudo isso, me mostraria com orgulho às suas amigas. Porque seria sempre o seu bebé lindo. Devo-lhe isso porque, embora não tenha acontecido, sei que o faria. Obrigado porque não teve tempo para visitar as capitais da Europa. Porque as suas amigas usavam um perfume de melhor qualidade que o seu. Porque, sendo mulher, chegou a esquecer-se de que havia a moda. Porque não a deixei dormir e estava sorridente no dia seguinte. Porque foi muitas vezes trabalhar com manchas de leite na blusa. Porque me sossegou dizendo "não chores, filho, que a mãe está aqui", e estar no seu regaço era tão seguro como dormir na palma da mão de Deus. Obrigado porque é pensando em si que posso entender Deus. Obrigado porque não tive vergonha de mim quando eu fazia birras nos museus, ou me enfiava debaixo da mesa do restaurante porque queria comer um gelado antes da refeição. E porque suportou que eu, na adolescência, tivesse vergonha de que os meus amigos me vissem de mão dada ou aos beijinhos consigo na rua. Obrigado porque fez de costureira e aprendeu a fazer bolos. Porque fez roupas e máscaras para as festas da escola. Porque passou uma boa parte dos fins de semana a ver jogos de rugby ou de futebol para que - quando eu perguntasse "viu-me, mãe, viu-me?" - pudesse responder com sinceridade e orgulho "é claro que te vi!". Obrigado por o seu coração ser do tamanho de me ter dado uma irmã.
Como eu seria pobre se não a tivesse! Obrigado pelas lágrimas que chorou e nunca cheguei a saber que chorou. Obrigado porque me ralhou quando me portei mal nas lojas, quando bati os pés com teimosia, quando "roubei" batatas fritas antes de o jantar estar servido, quando atirei a roupa suja para um canto do quarto. Obrigado por me ter mandado para a escola quando não me apetecia e inventava desculpas. E por me ter mandado fazer tarefas da casa que a mãe faria bem melhor e muito mais depressa. Obrigado por ter mantido a calma quando eu num dia de chuva fui consertar a bicicleta para a cozinha, ou quando arranjei amigos de cabelo verde... Obrigado por ter querido conhecer os meus amigos, e por todas as vezes que não me deixou sair à noite sem saber muito bem com quem ia e onde ia. Obrigado porque eu cresci e o seu coração parece ter também crescido. Porque me deu coragem. Porque aprovou as minhas escolhas, e se manteve a meu lado apesar de ter passado a haver a distância. Porque levanta a cabeça - mesmo sabendo que eu estou muito longe - quando vai na rua e ouve alguém da multidão chamar: "mãe!". Obrigado por guardar como tesouros os desenhos que fiz para si na escola quando era, como hoje, o Dia da Mãe. E por ficar à janela a ver partir o carro, quando me vou embora, comovendo-se com os meus sinais de luzes. Obrigado - já agora... - Por não ter esquecido quais são os meus pratos favoritos; pelo meu quarto da sua casa ser uma extensão da minha casa; por ter ainda no mesmo lugar a lata dos biscoitos... Como não agradecer-lhe, mãe, se é tanto o que é o que oferece e o que semeia no meu ser? Dizer "obrigado" é pouco, mas dizer-lhe "obrigado" é tudo o que resta quando tudo já tiver sido dito. Na pobreza dos gestos, e na fragilidade das palavras, nada mais me ocorre que este "obrigado". É pequeno, mas é profundo, caloroso e sincero. Entrego-o no colo de Maria, a Mãe de Jesus, a Mãe das mães. Que ela a abençoe e proteja!·Que ela a conforte e compense por tudo quanto faz, e por tudo quanto é, mãe!


Foi a forma simples para manifestar a minha gratidão à minha e nossas mães! Não deixemos para o futuro o carinho e a gratidão que devemos manifestar às nossas mães. Nessa altura já poderá ser tarde demais. Mostremos-lhe já, hoje, como as nossas mães são importantes e imprescindíveis, como o seu amor sustenta, equilibra e dá força à nossa vida. Pe. Nuno

História:
Ana foi renovar a sua carta de condução. Pediram-lhe para informar qual era a sua Profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar."O que eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário." Claro que tenho um trabalho", exclamou Ana.- "Sou mãe".- "Nós não consideramos 'mãe'um trabalho. Vou colocar Dona de casa", disse o funcionário friamente. Não voltei a lembrar-me desta história até ao dia em que me encontrei em situação idêntica... A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.- "Qual é a sua ocupação?" Perguntou!Não sei o que me fez dizer isto; as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:- "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."A funcionária fez uma pausa, à caneta de tinta permanente a apontar para o ar e olhou-me como quem diz que não ouviu bem... Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.- Posso perguntar", disse-me ela com novo interesse,"o que faz exactamente?"Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:- "Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipa (a minha família) e já recebi quatro projectos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda???), o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas).Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou e pessoalmente foi abrir-me a porta. Quando cheguei a casa, com o título da minha carreiraerguido, fui recebida pela minha equipa: - uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir o meu mais recente projecto (um bebé de seis meses), a testar uma nova tonalidade de voz.Senti-me triunfante. Maternidade... que carreira gloriosa! Assim, as avós deviam ser chamadas "Doutora-Sénior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas".As bisavós:"Doutora- Executiva- Sénior". E as tias: "Doutora - Assistente". Mande isto às mães, avós, bisavós e tias que conheça. Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras.Doutoras na Arte de fazer a vida melhor!

3 comentários:

Anónimo disse...

Quase me convenceste com essa carta para a tua mãe.
Se foste mesmo tu que a escreveste ( espero que sim) tiro-te o chapéu..tens realmente uma grande cabeça e um bom coração.
Aprende a usá-los dia após dia, nunca te convenças que já chegaste ao fim..propõe sempre mais e mais a ti mesmo pois o objectivo não é alcançar, é percorrer e voltar atrás para melhorar.
Só para acabar,nós não somos aquilo que pensamos, escrevemos, dizemos, sonhamos ou até mesmo que sentimos. Nós somos aquilo que fazemos com o que pensamos, escrevemos, dizemos, sonhamos e sentimos.
Espero que percebas a mensagem.
Grd beijinho BIZALHÃO!!

disse...

Texto muitíssimo lindo! Acredito que seja teu. Só pode ser verdadeiro.
Dedico-o, se me permites, também à minha mãe (embora esteja já no Céu)mas queria pedir-te autorização para o utilizar numa festa familiar (com pequenas adaptações) no próximo dia 08 de Dezembro (que para mim e para muitas pessoas continua a ser o verdadeiro dia da mãe, pois é o dia da Mãe do Céu). Pode ser?

Anónimo disse...

Obrigado Zé...infelizmente não fui eu quem escreveu este magnifico elogio às mães, foi um Padre conhecido e fê-lo para que também nós o pudéssemos oferecer às nossas mães, por isso acho que podes e deves utilizá-lo sempre que bem entenderes. Tenho muita pena que não o possas ler pessoalmente à tua mãe, mas de certeza que ela o irá receber na mesma. Obrigado, um abraço, eu.